Um novo projeto vai usar uma “pele eletrônica” que coleta suor e usa aprendizado de máquina para detectar reações corporais diante de estresse. Ela funciona através de um adesivo e não interfere nas atividades diárias da pessoa. Os pesquisadores responsáveis esperam usá-la para detectar o estresse em tempo real e detectar casos graves precocemente.
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Estresse
- “Estresse” é um termo amplo, que pode englobar descrições subjetivas por parte de cada pessoa. Se sentir estressado varia para cada um.
- Como lembrou o site TechXplore, em 1907, o médico e químico Hans Selye definiu estresse como uma condição médica em que há uma “resposta inespecífica do corpo a qualquer demanda”.
- Seja a resposta positiva ou negativa, de curto ou longo prazo, ela causa uma série de reações que, em conjunto, fornecem uma medida que independe de descrições subjetivas.
- Isso inclui a liberação de hormônios, como epinefrina, norepinefrina e cortisol, na corrente sanguínea.
Pele eletrônica
São essas reações do corpo que servem como medidores do estresse – e que a pele eletrônica mede. De acordo com Wei Gao, professor assistente de engenharia médica da Caltech e um dos responsáveis pelo estudo, além das substâncias no sangue, o suor é um fator importante, já que é rico em metabólitos que indicam o estresse, como glicose, lactato e ácido úrico, e eletrólitos como sódio, potássio e amônio.
Então, o CARES (como a invenção foi batizada, uma sigla para “pele eletrônica reforçada com inteligência artificial consolidada”, em inglês) funciona através de um adesivo com sensores colado no pulso e que registra essas alterações corporais mediante o estresse. Ele também registra ondas de pulso, temperatura e resposta galvânica da pele.
Novidades na medição de estresse
Modelos anteriores de medição de estresse usando o suor já existiam. Uma das novidades do CARES é o material que, mesmo em contato com o fluido corporal, não se decompõe a longo prazo. Além disso, segundo Gao, os componentes usados no adesivo melhoram a estabilidade do sensor.
Assim como dispositivos anteriores, o CARES é alimentado por uma bateria e tem comunicação sem fio via Bluetooth. Já outro diferencial é a presença de IA. Como o estresse desencadeia um conjunto de reações corporais e cria um grande conjunto de dados, foi preciso usar tecnologia para interpretá-los.
A pesquisa usou aprendizado de máquina para medir com precisão a relação entre marcadores físicos (como o pulso da pessoa) e químicos (como o nível de glicose). Ainda, os participantes do teste do CARES participaram de questionários relatando suas experiências subjetivas antes e depois da situação de estresse, permitindo correlacionar as situações com as reações.
Conclusões
Para Gao, o CARES tem potencial para fornecer informações sobre o estresse em tempo real.
Os elevados níveis de estresse e ansiedade causados por ambientes de trabalho exigentes, como os vividos por soldados ou astronautas, podem afetar significativamente o desempenho. A detecção precoce da gravidade do estresse permite uma intervenção oportuna.
Wei Gao
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