Enormes geoglifos milenares localizados no deserto do Atacama, no Chile, foram destruídos por pilotos de carros e motos em competições off-road. Os geoglifos (grandes figuras escavadas no solo) foram deixados por povos indígenas da região e datam de cerca de 900 a 1450 d.C..
Entenda:
- No deserto do Atacama, enormes geoglifos (figuras escavadas no solo) vêm sendo destruídas nos últimos anos;
- Deixados por povos indígenas por volta de 900 a 1450 d.C, os registros são prejudicados por competições off-road (legais e ilegais);
- Os organizadores das competições afirmam que a rota seguida pelos pilotos sempre é aprovada pelas autoridades regionais;
- Imagens de drones também identificaram caminhões envolvidos em mineração na área ou em seus arredores;
- De acordo com o Museu Regional de Iquique, o problema já vem sendo reportado às autoridades desde 2021.
Apesar de muitos séculos terem se passado desde sua criação, os geoglifos vinham sendo preservados com sucesso graças às condições do deserto do Atacama – considerado o mais árido do planeta. Mas, como relatado pela Fundação Deserto do Atacama nas redes sociais, as competições off-road prejudicaram vários dos registros nos últimos anos.
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Geoglifos do Atacama são destruídos por competições off-road e mineração
Ao The New York Times, Gerardo Fontaine, diretor de um dos programas de rally da região, disse que todos os competidores seguem rotas aprovadas pelas autoridades regionais, e afirmou que “o problema real são os motoristas que andam de moto alugada no deserto sem permissão. Ninguém diz nada a eles.”
Além disso, também existem as competições off-road ilegais, que não foram previamente aprovadas pelas autoridades e geralmente contam com veículos sem placas para evitar o rastreio. Imagens capturadas por drones também denunciam caminhões envolvidos em atividades de mineração na área ou em seus arredores.
Luis Pérez, diretor do Museu Regional de Iquique, disse em entrevista ao Expreso Bío Bío: “Desde 2021, isso vem sendo reportado formalmente ao Ministério Público. É preciso entender que danos a monumentos nacionais não são contravenções, são crimes. Neste caso, é muito grave porque são danos irreversíveis, não podem ser restaurados.”
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