O governo dos Estados Unidos está endurecendo as regras para impedir a transferência de tecnologias consideradas críticas para países rivais. Duas novas denúncias surgiram nesta semana e dizem respeito à China e ao Irã.
Leia mais
- Guerra dos chips: EUA apreendem produtos que seriam enviados para a China
- Guerra dos chips: apesar da proibição dos EUA, China ainda tem acesso aos produtos da Nvidia
- Guerra dos chips: EUA irão rastrear uso de produtos chineses no país
- Ataques a navios no Mar Vermelho podem pesar no seu bolso; entenda
- Como a Rússia tem driblado as sanções tecnológicas do Ocidente?
Uma delas foi contra um cidadão americano nascido na China que foi preso e acusado de roubar segredos comerciais de uma empresa privada norte-americana. A tecnologia, de acordo com documentos judiciais, “seria perigosa para a segurança nacional dos EUA se obtida por atores internacionais”.
Segundo uma queixa do Departamento de Justiça apresentada no Tribunal Distrital dos EUA na Califórnia, o material roubado ajudaria no desenvolvimento de sistemas espaciais que rastreiam mísseis balísticos e hipersônicos. De acordo com a Casa Branca, Pequim está altamente interessada nesse tipo de tecnologia.
A outra denúncia diz respeito a dois homens iranianos acusados de tentar adquirir ilegalmente bens e tecnologias norte-americanas para a indústria aeroespacial do Irã. Os alvos, segundo documentos judiciais, envolviam equipamentos de combate a incêndio e detectores de chamas.
Há um ano, os Departamentos de Justiça e Comércio formaram a Força de Ataque de Tecnologia Disruptiva. O objetivo das autoridades dos EUA é reforçar as leis de controle de exportação e interromper a produção de armamento no Irã que é destinado à Rússia e a grupos terroristas financiados por Teerã. Além disso, a Casa Branca quer impedir que a China consiga desenvolver tecnologia militar avançada.
Nossa missão é manter a tecnologia mais sensível de nosso país fora das mãos mais perigosas do mundo. Os atores do Estado-nação estão tentando adquirir tecnologia avançada dos EUA para que possam modernizar suas forças armadas a tal ponto que ultrapassem as nossas e mudem o equilíbrio de poder no mundo.
Matthew S. Axelrod, secretário adjunto do Departamento de Comércio dos EUA para fiscalização de exportações
Os governos da China e do Irã negam todas as acusações. As informações são do The New York Times.
Bloqueios de transferências de tecnologias contra China, Irã e Rússia
- O governo dos Estados Unidos já adotou diversas medidas para fomentar a produção nacional de chips semicondutores e o desenvolvimento da inteligência artificial, ao mesmo tempo que tenta impedir o acesso da China aos produtos.
- Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana.
- Essas tecnologias poderiam ser usadas para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores e, eventualmente, construir suas próprias fábricas para a produção de seus próprios chips.
- Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
- Mas agora os norte-americanos também estão de olho no Irã.
- O país do Oriente Médio está tentando adquirir tecnologia e chips menos sofisticados, cuja exportação para muitos outros países não está bloqueada.
- O objetivo é usar as tecnologias para construir drones que fortalecem a Rússia na guerra contra a Ucrânia.
- Além disso, os equipamentos são destinados aos rebeldes iemenitas houthis, que estão realizando uma série de ataques contra navios comerciais e militares no Mar Vermelho.
O post EUA barram transferências de tecnologias para China e Irã apareceu primeiro em Olhar Digital.