O consumo e a produção de carne artificial não são assuntos novos. Cerca de US$ 2 bilhões já foram investidos em estudos sobre o tema desde 2016, segundo dados da ONG The Good Food Institute.
A proteína feita em laboratório tem como objetivo incentivar uma produção com menos impactos ambientais, além de reduzir o sofrimento de animais. Mas, afinal, do que essas proteínas são feitas?
Como são produzidas as carnes artificiais
- Segundo Alisson Machado, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, as carnes artificiais são produzidas a partir de animais vivos.
- Para isso, é necessário primeiro extrair as células dos animais por biópsia.
- Depois, essas células são criadas e reproduzidas em biorreatores que imitam um organismo vivo.
- Demora cerca de duas semanas para que as células se tornem uma massa com pequenas fibras.
- Por fim, a massa pode ganhar textura com a impressão 3D, além de corantes e aromatizantes para se assemelhar à carne orgânica.
- Esses processos caracterizam a carne artificial como um ultraprocessado.
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Quais são as vantagens da carne artificial?
A carne feita em laboratório é uma alternativa sustentável para suprir uma alta demanda por proteínas, causando menos impactos ambientais. Além disso, ela também poderia reduzir drasticamente a necessidade de abater animais para o consumo, diminuindo consequentemente o sofrimento animal.
Machado explica ao Jornal da USP que, apesar das vantagens, ainda existem desafios a serem superados:
A carne é o alimento com maior impacto na emissão de gases de efeito estufa. Apesar disso, o desenvolvimento de proteínas artificiais também demanda muitos recursos e possui um impacto ambiental relevante.
Alisson Machado para o Jornal da USP
Comercialização
Poucos países já comercializam a carne artificial, e é quase improvável que você encontre esses alimentos em mercados atualmente. A expectativa é que cheguem ao mercado brasileiro ainda este ano, mas provavelmente em pequenas quantidades devido à dificuldade de produção em escala.
A Organização das Nações Unidas (ONU) já defendeu a regulação da comercialização dos produtos. No Brasil, é a Anvisa que será responsável por permitir ou não a venda dos alimentos. Além disso, especialistas ainda deverão acompanhar os impactos da carne na saúde.
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