Investidores de capital de risco colocaram US$ 3,9 bilhões (aproximadamente R$ 22 bilhões) em startups de inteligência artificial (IA) generativa no terceiro trimestre de 2024, de acordo com o PitchBook (via TechCrunch). Isso destaca o interesse crescente no setor, apesar das dúvidas sobre confiabilidade – e até legalidade – da tecnologia.
De um lado, há expectativas de que a IA generativa (tecnologia por trás do ChatGPT, por exemplo) expanda em indústrias lucrativas. De outro, o alto consumo de energia dessa tecnologia pode aumentar as emissões globais de gases causadores do efeito estufa.
Investimentos em startups de IA continuam fortes em 2024
Alguns dos maiores vencedores do terceiro trimestre foram o assistente de codificação Magic (US$ 320 milhões em agosto), o provedor de busca empresarial Glean (US$ 260 milhões em setembro) e a empresa de análises de negócios Hebbia (US$ 130 milhões em julho).
Além desses, a Moonshot AI da China levantou US$ 300 milhões em agosto; e a Sakana AI (releve a ambiguidade do nome), startup japonesa focada em descoberta científica, fechou uma rodada de US$ 214 milhões em setembro.
Há quem questione a confiabilidade e legalidade (no caso de modelos treinados sem permissão com dados protegidos por direitos autorais) da IA generativa. Mas investidores apostam que crescimento da tecnologia no longo prazo não será impactado pelos desafios que enfrenta atualmente.
Um relatório da Forrester prevê que 60% dos céticos da IA generativa adotarão a tecnologia — conscientemente ou não — para tarefas que vão de sumarização a resolução criativa de problemas.
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“Grandes clientes têm implementado sistemas de produção que aproveitam ferramentas de startups e modelos de código aberto”, disse Brendan Burke, analista sênior de tecnologia emergente da PitchBook, em entrevista ao TechCrunch.
E Burke foi além: “A última onda de modelos mostra que novas gerações de modelos são possíveis e podem se destacar em campos científicos, recuperação de dados e execução de código.”
Tecnologia que exige muito
Um obstáculo considerável para a adoção generalizada da IA generativa são os enormes requisitos computacionais da tecnologia.
Analistas da Bain projetam, num estudo recente, que a IA generativa levará empresas a construirem data centers que consomem de cinco a 20 vezes a quantidade de energia consumida por um data center médio atualmente.
O Morgan Stanley estima que, se essa tendência continuar, as emissões globais de gases de efeito estufa entre agora e 2030 podem ser três vezes maiores. Isso em comparação a um cenário no qual a IA generativa não tenha sido desenvolvida.
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