A China vem aumentando sua capacidade de produção de chips de memória. Os esforços chineses têm como objetivo a valorização da indústria doméstica, além da diminuição da dependência de empresas estrangeiras em meio às sanções impostas pelos Estados Unidos. E, segundo analistas, as ações de Pequim podem trazer impactos para todo o setor.
O papel da CXMT
O boom da inteligência artificial causou uma forte demanda por chips de memória de alto desempenho. No entanto, também tem trazido uma preocupação em relação ao aumento da concorrência.
Este temor está relacionado com os movimentos da ChangXin Memory Technologies, também conhecida como CXMT. A empresa chinesa aumentou seus investimentos em chips de memória, passando de 4% para 11% na participação global no setor. A expectativa é que a companhia responda por 16% de todos os chips produzidos até o final do próximo ano.

Apesar de ainda não ter força para bater de frente com os principais players do mercado, analistas acreditam que o aumento na produção da CXMT possa ter efeitos importantes, entre eles a diminuição do preço dos chips, em razão do crescimento da oferta.
O grande desafio, no entanto, é superar as sanções impostas pelos Estados Unidos. Estima-se que a empresa chinesa esteja atrasada tecnologicamente de 6 a 8 anos em relação aos seus principais concorrentes. Mas o aumento do investimento interno pode tirar esta diferença.
Se os fornecedores chineses começarem a suplantar empresas estrangeiras para atender a enorme demanda doméstica, isso deixaria os rivais sul-coreanos e norte-americanos com excesso de capacidade, forçando-os a cortar a produção. As informações são do The Wall Street Journal.
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Disputa pela hegemonia tecnológica mundial
- Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.
- O movimento tem sido chamado de “guerra dos chips“.
- Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.
- Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.
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