O Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) realizou um monitoramento da relação entre as redes sociais e as eleições da cidade de São Paulo em 2024. Entre as conclusões, a pesquisa revelou que Instagram e TikTok têm poder de engajamento maior que Twitter e Facebook, e que algoritmos contribuem na visualização de conteúdos políticos.
O estudo procurou entender temas que geram maior engajamento durante as eleições na cidade e como as mídias sociais impactam a disputa.
Estudo analisou relação entre eleições e redes sociais
O trabalho, intitulado “Criminalidade, Insegurança e Legitimidade: Uma Abordagem Transdisciplinar”, procurou entender as interações entre segurança pública, direitos humanos e opinião pública a partir da análise do papel das redes sociais nas eleições de São Paulo.
De acordo com Pablo Romero Almada, pesquisador de pós-doutorado no NEV, o projeto monitora os discursos na mídia e sua influência na legitimidade das instituições democráticas. Além disso, a pesquisa procurou entender como os temas debatidos online afetam a percepção dos eleitores sobre segurança pública e outros temas.
Almada explicou ao Jornal da USP que, para isso, fez-se uso de coletas de dados nas principais redes sociais, incluindo conteúdos de candidatos a vereador e à Prefeitura de São Paulo. O trabalho ainda trouxe uma novidade na análise: a segmentação de candidatos, como aqueles oriundos do setor de segurança pública, que sejam autodeclarados pretos ou pardos, e que tenham entre 18 e 29 anos.
A pesquisa também contou com análises de agências de checagem.
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Pesquisa mostrou influência do TikTok e Instagram nas eleições
Almada revelou que há uma diversidade de práticas nas redes sociais, dependendo da plataforma. Entre elas, Instagram e TikTok tiveram um poder de engajamento ainda maior do que Facebook e Twitter nas eleições recentes.
Veja mais revelações feitas pelo levantamento:
- A pesquisa apontou que conteúdos políticos muitas vezes acabam misturados com outros tipos de postagens, o que pode confundir o público;
- Além disso, o conteúdo produzido pelos candidatos nem sempre é visto de forma direta. Às vezes, a visualização se dá por perfis paralelos;
- Entre os temas mais recorrentes dos candidatos vindos do setor de segurança pública estão discursos focados em vigilância, como uso de câmeras corporais. Entre os jovens, os mais comuns são discussões ideológicas, como perfis raciais;
- Já com o uso de dados de agências de checagem foi possível entender o papel das redes sociais na investigação de temas relacionados às mobilizações de 7 de setembro;
- Outra revelação do levantamento foi o papel dos algoritmos, que permitiram crescimento rápido de alguns perfis. Isso, no entanto, cria cenários complexos, em que nem sempre o usuário tem acesso direto à informação.
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